No século XVIII, colonos britânicos começaram a estabelecer uma forte presença na Ilha da Madeira, atraídos pelas suas prósperas oportunidades de negócios. William Hinton, seguindo esta tendência, escolheu a Madeira como sua nova casa em 1838, cativado pelos seus encantos.
William Hinton rapidamente desenvolveu um profundo afeto pela cultura madeirense e fez contribuições significativas para a economia da ilha. Ele desempenhou um papel crucial na promoção e desenvolvimento do setor de vime e do cultivo de banana. No entanto, o seu impacto mais notável foi no domínio industrial.
Continuando o caminho visionário do seu pai, Harry Hinton construiu a unidade industrial a vapor conhecida como ‘Engenho do Hinton’ ou ‘Fábrica do Torreão’, estabelecida em 1845, na cidade do Funchal. Esta potência industrial tornou-se um símbolo de progresso tecnológico e crescimento económico para a Madeira.
“Engenho do Hinton”
Uma maravilha industrial
O ‘Engenho do Hinton’ foi uma notável façanha de engenharia industrial:
Empregava 230 trabalhadores no início do século XX.
Em 1920, atingiu o seu pico de produção, processando 608 toneladas de cana-de-açúcar num período de 24 horas. Tornou-se uma das maiores, senão a maior, unidades de processamento de cana-de-açúcar da Europa.
A fábrica era famosa por produzir sumo de cana-de-açúcar de alta pureza, que era fermentado em vinho de cana e depois destilado para criar o Rum Agrícola da Madeira. O impacto desta mercadoria foi tão significativo que, na primeira metade do século XX, a Madeira ficou conhecida como “a ilha do rum”.
Embora a fábrica Hinton já não exista, tendo sido demolida para dar lugar aos jardins de Santa Luzia, o seu legado perdura. Os visitantes ainda podem admirar a imponente chaminé do antigo engenho, um testemunho do património industrial da Madeira.